O ex-ministro de Tecnologias da Informação e Comunicações (TIC) da Colômbia, Diego Molano Vega, realizou, nesta quarta-feira (8/06), durante o IX Congresso Consad de Gestão Púbica, a conferência magna Transformação dos Governos para a Nova Economia Digital. Molano foi o precursor do Plano Vive Digital, reconhecido e premiado como uma das melhores políticas de disseminação ao acesso à internet do mundo.

Molano apresentou as estratégias que foram utilizadas na elaboração do plano lançado em 2010, com o objetivo de também criar postos de trabalho e erradicar a pobreza no país. Segundo ele, após 90 dias de discussão sobre o que seria necessário para suprir as demandas do país, concluiu-se que a tecnologia era a melhor saída.

A partir de então, foi preciso realizar um trabalho prático com a sociedade para demonstrar a importância da internet no dia a dia, principalmente para as pequenas empresas, predominantes no ambiente de negócios colombianos. “Então começamos a trabalhar com empresas de tecnologia para incentivar o uso. Visitamos as empresas para oferecer a internet e aplicativos grátis para que os empresários a usassem para administrar a loja e apresentamos a importância da gestação da contabilidade”, explicou.

Em pouco tempo, o plano despertou o interesse, não só do âmbito público, mas do privado também oferecendo serviços digitais, tais como, os aplicativos. “Tivemos uma importante promoção de jovens empreendedores. Incluímos a participação de mais de 80 mil jovens que acabaram ganhando bolsas de estudo impondo duas condições: terminar a graduação e criar um aplicativo para o estado. Ou seja, não é preciso copiar os EUA, podemos fazer nossos próprios aplicativos”.

Diego ressaltou que o investimento em infraestrutura foi essencial para o sucesso do Plano Vive Digital. “Foram feitos muitos investimentos. Mais de 200 municípios receberam fibra ótica. Ou seja, 96% ganharam acesso à internet”.

De acordo com o ex-ministro, o Brasil possui grande capacidade para a nova economia digital e afirmou que a América Latina espera que ele seja líder no segmento nos próximos anos. “Avançamos em várias frentes. Multiplicamos os investimentos públicos e privados, a economia cresceu. E, hoje, todas as entidades estatais, quando veem que o plano está funcionando, querem participar. Agora, esperamos que o Brasil acorde para a oportunidade. O país está um pouco acima da média na América latina na nova economia. Mais de 50% dos brasileiros estão conectados. O desafio é saber como usar. O futuro está nas mãos de vocês, gestores”, concluiu.

Maria Cláudia Meireles